É comum no final do ano os bancos procurarem seus clientes para aplicações em planos, com redução de imposto de renda.
É importante sua atenção para alguns procedimentos.
Veja reportagem abaixo da Isto é dinheiro, sobre o assunto:
ISTO É DINHEIRO
Aposentadoria: o que é melhor, um PGBL ou VGBL?
Qualquer que seja o tipo do plano, é preciso ter cuidado com as taxas cobradas e com o perfil do investimento escolhido
Por Flávia Gianini
Segundo os especialistas os fundos de previdência privada são indicados para aqueles que pretendem se aposentar em um prazo mínimo de dez anos. Mas qual a melhor opção: PGBL ou VGBL? Isso depende do perfil fiscal de cada um.
O PGBL é indicado para pessoas que utilizam a declaração completa de imposto de renda e que não têm gastos muito altos com saúde e educação, por exemplo, que são dedutíveis de imposto. Já o VGBL é indicado para quem utiliza a declaração simplificada de IR ou é isento, não contribui para a Previdência Social, ou pretende contribuir com mais de 12% da sua renda bruta anual em previdência.
Escolhido o tipo de plano, o investidor parte para a compra do produto. Nesse momento, todo o cuidado com as taxas cobradas é pouco. Os planos de previdência costumam cobrar uma taxa de administração da carteira, que é anual, serve para remunerar o trabalho de gestão da carteira e gira em torno de 2,5%, em média, segundo Luiz Martinez, diretor de produtos de previdência e investimentos a Icatu Seguros.
E há ainda a chamada taxa de carregamento, que incide sobre todas as contribuições que você faz ao plano ao longo do tempo e serve para remunerar o banco por suas despesas com corretagem e venda do plano. “Mas essas taxas podem chegar a 5%, ou então nem ser cobradas”, diz Martinez. “Ao mesmo tempo, há produtos com taxas de administração de 0,7% e sem carregamento”, afirma.
Partindo-se de um PGBL que permite abater 12% da renda anual tributável no cálculo do Imposto de Renda, temos a seguinte simulação: uma pessoa que recebe R$ 100.000,00 por ano deverá pagar 27,5% de IR (retidos na fonte). Caso tenha um PGBL, poderá investir 12% da renda total recebida no ano (neste caso, R$ 12.000,00) no fundo e, deste valor, poderá ser restituído em R$ 3.300,00 do IR retido (27,5% dos 12.000,00).
Em um primeiro momento, economizar R$ 3.300,00 é um excelente negócio. Mas de acordo Mauro Calil, professor e educador financeiro, é preciso avaliar o quadro em um prazo mais longo. Considerando o prazo de 10 anos, com os R$ 12.000,00 investidos em um plano de previdência com rentabilidade de 12% ao ano, e com taxa de carregamento e de administração (paga no início do período) de 2,5% cada. E supondo que o investidor escolheu o regime regressivo de desconto de imposto de renda no resgate, teremos a alíquota de 10%.
Investimento = R$ 12.000,00
Taxa de Carregamento = R$ - 300,00
Investimento Efetivo= R$ 11.700,00
Taxa de administração dos 10 anos = R$ -4.486,57 (292,50 + 319,41 + 348,80 + 380,88 + 415,93 + 454,19 + 495,98 + 541,61 + 591,43 + 645,85)
Valor bruto, já descontada a taxa administração = R$ 25.188,03
IR ao final de 10 anos= R$ -2.518,80 (portanto o IR de fato economizado foi de R$ 781,20)
Valor líquido final= R$ 22.669,23
Se em vez de aplicar na previdência privada, o investidor optar por um fundo de renda fixa nas mesmas condições, ou seja, aplicação inicial de R$ 12.000,00, taxa de administração de 2,5% ao ano e mesmo rendimento bruto de 12%, o imposto de renda seria de 15% somente sobre o rendimento. Assim, teríamos um valor liquido Final de R$ 23.758,80. Ou seja, há muito no que prestar atenção.
Segundo Calil, é claro que há formas mais baratas de guardar dinheiro, mas tudo depende da disciplina e também do que é mais conveniente ao investidor. O importante é estar atento às taxas de administração e de carregamento, fazer aportes mensais regulares – o ideal é algo próximo a 10% da renda liquida –, além de saber que existe a possibilidade de trocar de administrador, transferindo total ou parcialmente a sua reserva para outro plano e sem custo adicional. Então, não importa a sua idade, já hora de começar a pensar no assunto.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
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